Eu tenho um sonho.
O sonho de que um dia todos nós seremos autorresponsáveis de verdade. Eu digo isso porque este não é um conceito para ser entendido cognitivamente, apenas. É preciso internalizar ele na mente e no coração.
No meu trabalho ajudando as pessoas nas finanças pessoais, o maior desafio não é a organização financeira. O mais desafiador é fazer a pessoa entender a autorresponsabilidade. Entender que se eu quero mudar a minha vida, eu nunca mais vou apontar o dedo para nada, nem para ninguém.
Só existe o ladrão porque alguém tem que ser roubado. Só existe o ator porque existe o papel. Só existe o papel porque existe o ator.
Como não existe problema financeiro, existe problema de relacionamento (eu comigo, eu com o outro e eu com as coisas), tudo o que me acontece e todas as pessoas que cruzam o meu caminho são mestres. Mestres em revelar aquilo que preciso resolver em mim.
Eu sou grato por isso.
No meu sonho nós somos capazes de ver um espelho em cada situação. No meu sonho o mundo é totalmente melhor, apenas por isso.
“Um fato que acaba sendo engraçado é aquele em que alguém manifesta: “Eu digo as coisas com franqueza”. Sim, é muito bonito dizê-las aos outros com franqueza, mas já não agrada tanto quando os outros são francos com ele. Portanto, o melhor é não falar com franqueza, mas sim falar com elegância, com prudência e com pureza, pensando sempre que não se tem o direito de ferir a ninguém, de apontar um defeito com indevida suficiência. Quando isso for necessário, deverá ser feito com muito tato e, se possível, adiantando que quem o assinala tinha o mesmo defeito, ou melhor, ainda o tem e, embora o prejudique, não conseguiu se livrar dele até o momento. Eis uma forma elegante de assinalar defeitos; ninguém se ofenderá, porque o próprio ser começa admitindo que também os tem, manifestando estar seriamente ocupado em eliminá-los.” (Carlos Bernardo González Pecotche)