Eu assisti ao filme “O Rei Leão” na última semana e fiquei profundamente impactado pelo enredo do filme, porque para mim é um retrato da história de cada um de nós.
Simba nasce e quando é apresentado ao mundo tudo é harmonia e alegria, porque ele ocupa o seu lugar. Essa simbologia do Rei mostra o perfeito equilíbrio que há na natureza quando cada parte está em seu lugar. É o fluxo natural, a alegria, a abundância, a força e a prosperidade; o bem e o belo; a representação do paraíso.
A questão é que nascemos e começamos a olhar para fora. Vamos aprendendo com tudo o que vemos, ouvimos e sentimos em cada experiência de vida, e pela inocência da criança, Simba é levado a se desviar do caminho.
Ele vai perdendo a conexão com a essência e ao cair no erro o desequilíbrio se instala em toda a natureza, até que ele encontra Timão e Pumba, que como amigos, a salvação, apresentam a ele o mundo da ilusão e da distração. Eles viviam em um mundo aparentemente lindo, mas que representava para Simba a fuga do que era o seu próprio caminho.
A semelhança disso com o mundo em que vivemos não é mera coincidência. Quantas distrações existem nesse mundo? Estamos aqui para isso?
Tudo estava desequilibrado abaixo do sol.
Ao mesmo tempo em que vivia na ilusão, Simba recebia sinais de que algo estava errado. A vida “Hakuna Matata”, aparentemente perfeita, sem problemas, começou a não fazer sentido para ele.
Eu recordei da ressaca de quando eu virava a noite bebendo cerveja. Era um sinal divino de que algo não estava no fluxo natural. Deus não fala com a voz de humano, mas mostra a todo instante o que NÃO é a vida. Toda dificulade é um sinal divino mostrando que não estamos no caminho.
Talvez você conheça alguém que sente que falta algo na vida, só que não sabe exatamente o que é. Por não saber isso, acaba buscando resposta no álcool ou em outras distrações, mas algo continua mostrando que aquilo não é o caminho. O desafio é querer enxergar.
No mundo das aparências, em que pessoas valem o que tem, muita gente acaba se matando aos poucos para sustentar o seu castelo de areia. Mais cedo ou mais tarde a vida se encarrega de mostrar o que tem valor de verdade. Atendo pessoas de 70 anos que passaram a vida inteira achando que se comprassem o carro X encontrariam a verdadeira felicidade, quando descobriram que foi quase uma vida na ilusão*. Eu sou grato por ter descoberto isso aos 25.
Ainda bem que alguns descobrem isso antes de partir. Foi o que aconteceu com Simba. Ele descobriu que tinha caído no erro, até que ele ouve um chamado de seu pai, a representação da verdade, que começa então a dizer “lembre-se de quem é você”.
Ao se reconhecer novamente, ele decide voltar para o lugar de onde nunca devia ter saído, mas a trajetória não foi fácil. Ele precisou pagar o preço para reestabelecer a ordem natural. Ninguém podia fazer isso por ele.
Eu entendo que esta é a chave para a verdadeira vida. Só eu posso trilhar o meu caminho, com o meu próprio esforço, e é o caminho de dentro, o caminho do autoconhecimento.
Eu sei que todos nós vamos encontrar essa chave, cada um no seu tempo, na medida do próprio merecimento. Que bom que é assim, pois sabemos que está tudo certo. Cada um está ocupando o lugar em que se coloca a todo instante.
Rafael, o que isso tudo tem a ver com o seu blog de finanças?
Meu amigo, se a vida financeira está difícil, talvez seja a hora de questionar:
Quem sou eu? Para que eu estou aqui? Qual é o meu lugar nessa existência? O que é a vida? Será que é acordar, tomar café, trabalhar, comer, dormir… Eu estou vivendo a minha vida?
Com afeto, sempre.
Rafael
* O carro e o dinheiro, assim como várias outras coisas são ferramentas importantes na Terra. Eu só quiz dizer que eles não compram a paz interior, nem a verdade.
