Começo este artigo com uma pergunta: quantas vezes você já se relacionou com outras pessoas?
Eu não estou falando de reunião de trabalho, de happy hours, de churrasco, de jantar, de festas ou de um romance. Estou falando de “oi, tudo bem? vamos conversar?”
Parei para pensar nisso esses dias e fiquei em dúvida se a gente se relaciona com as pessoas ou se é com a comida, com a bebida ou com sei lá o que.
Talvez isso seja medo de ser descoberto. Ao estar presente, olhando nos olhos da outra pessoa e sem distrações, podemos agir como se fossemos nós mesmos. E isso assusta. No fundo, o medo não é do outro. O medo é de nós mesmos.
Olhamos ao espelho e as vezes sentimos medo do que ele pode mostrar, mas o nosso maior medo não é do espelho do banheiro, ou daquele que está no quarto.
O nosso maior medo é do espelho que está dentro de nós e que mostra quem realmente somos, incluindo todos os defeitos que insistimos em esconder, para que o mundo nos aceite.
Por isso trabalhamos tanto, nunca temos tempo e vivemos cercados de entorpecentes. Mente distraida não consegue enxergar a verdade. E como somos levados a acreditar que “a verdade as vezes dói”, seguimos vivendo na mentira.
Até quando?
Se “a mentira tem perna curta”, o que vai acontecer quando a máscara cair?
Pode ser que seja tarde demais.
Enfim, o que eu mais gosto de fazer é questionar. E como eu adoro fazer perguntas, eu deixo mais uma aqui:
Quantas vezes você já se relacionou com você mesmo? Dica: relacionar com você mesmo significa ficar sozinho, em silêncio, sem distrações. Quanto tempo você consegue se relacionar com você mesmo?