“Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos: “Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?” Na verdade, quem é você para não ser tudo isso? Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo.” Nelson Mandela
Essa citação diz muito sobre o que vou escrever aqui neste artigo.
Imagine que você não tem muito conhecimento sobre determinado assunto. Aí começa a estudar sobre ele. Por exemplo, Excel. Quando você começa a estudar, você melhora seu nível de conhecimento, certo? No exemplo do excel, aprende a usar fórmulas, a fazer contas, preencher as células…
A questão é que você vai percebendo que quando começa a entender algo, inúmeras outras questões se abrem e você descobre que precisa estudar muitas outras coisas se quiser ficar bom naquilo. No exemplo do Excel, você começa com um curso básico e pode continuar no intermediário e avançado.
Com o autoconhecimento isso também acontece. Quando você descobre algo sobre você, isso te leva a pensar em vários aspectos que você ainda não tinha pensado. Você já parou para pensar se você conversa mais ou menos que as pessoas à sua volta? Se você é organizado ou impulsivo? São muitos aspectos que você pode pensar.
E o desafio continua.
Eu sou apaixonado nesse tema e vou falar aqui pra você sobre autoconhecimento a partir de duas visões:
1- A visão de uma pessoa que passou pessoalmente por um processo de autoconhecimento
Eu posso afirmar que a minha vida deu um salto qualitativo com isso. É impressionante você viver cada dia como se fosse único. Não ficar esperando chegar sexta-feira ou o fim de semana, não se desesperar quando chega domingo a noite porque tem que trabalhar no outro dia.
Há um tempo a diversão pra mim começava sexta-feira a tarde. Na sexta de manhã eu já compartilhava no facebook um pedaço de vídeo daquele cara da TV Globo, o Chico Pinheiro, em que ele falava “graças a Deus hoje é sexta-feira”. De repente um dia eu estava indo a pé pro trabalho (eu ainda nem tinha saído do meu antigo emprego), parei sobre um viaduto pra observar o movimento lá embaixo e na hora senti uma coisa parecida com um estalo.
Percebi o quanto eu tinha mudado em tão pouco tempo. Minha vida externa era praticamente a mesma. Mas aí estava o X da questão: internamente eu estava bem diferente. Eu tinha percebido que só dependia de mim e do que estava dentro de mim pra eu me sentir feliz. Foi aí que eu percebi que o que fez isso foi um trabalho que eu iniciei de coaching, que trabalha autoconhecimento.
Isso é apenas um exemplo que nós temos do que é possível atingir com autoconhecimento. Eu por algum tempo da minha vida vivi procurando solucionar problemas pessoais tentando encontrar algo externamente. Então a minha felicidade dependia de fatores externos. Ou era o fim de semana, ou a cidade pra onde eu ia mudar que era melhor de onde eu estava, ou o carro novo que eu comprei ia me satisfazer. Quem sabe mudar de relacionamento? As respostas nunca chegaram até que decidi procurá-las em mim mesmo.
2- A segunda visão é a visão de um profissional que trabalha com autoconhecimento.
Em meu trabalho como coach fico cada vez mais impressionado com o poder das ferramentas de autoconhecimento do coaching. Muitas vezes o cliente não tem ideia que é capaz de fazer muito mais do que acredita ser capaz.
Recentemente eu até entrevistei um cliente que tinha uma meta financeira no processo de coaching, só que durante o processo atingiu não só a meta financeira como melhorou toda a sua vida em casa e no trabalho, tornando-se mais autoconfiante para lidar com as situações do dia a dia e com as outras pessoas. Fico muito feliz com esse tipo de resultado, pois comprova que qualquer pessoa pode ser o que quer e pode conseguir o que quer, basta querer de verdade, se comprometer e agir na direção certa.
Bom, então o que é autoconhecimento?
Eu acredito que não há uma definição fixa para autoconhecimento. O autoconhecimento proporciona a descoberta do que gostamos de fazer e aquilo que temos mais aptidão, nos traz mais segurança, melhora a autoestima, possibilita fazermos aquilo que gostamos de fazer e traz realização pessoal.
Por isso nós as vezes trocamos de emprego para ganhar mais achando que ganhar mais é a solução, mudamos de cidade achando que o problema é onde estamos ou entramos em relacionamentos por achar que a outra pessoa vai trazer aquilo que falta em nós.
O resultado dessas ações é geralmente infelicidade. Mais cedo ou mais tarde você percebe que tudo o que espera encontrar nas coisas externas e nas outras pessoas não é capaz de satisfazer aquilo que falta em você. Por isso podemos afirmar que a busca deve ser interna. Autoconhecimento. Como a própria palavra diz, é conhecer-se a si mesmo. Quem é você?
Vou falar aqui 7 formas de melhorar seu nível de autoconhecimento. Lembrando que isso só funciona se colocado em prática, ok? É preciso prática e comprometimento.
1- Aprenda a se questionar
Ao invés de procurar conselhos ou respostas externas, comece a se perguntar. Ao invés de querer apenas “desabafar” com outras pessoas e ouvir consolos ou ouvir coisas que não quer, aprenda a se fazer perguntas. Questione todas as coisas que julga serem verdades absolutas até agora.
Quando outra pessoa diz o que você deve fazer ou quando você diz a outra pessoa o que ela deve fazer, isso é baseado no mapa de mundo de quem está dizendo, considerando uma série de experiências pessoais. Por isso é importante que a própria pessoa que quer se desenvolver encontre as próprias respostas.
Antes de dormir faça sempre perguntas que espera ter as respostas. Em processos de coaching é surpreendente o resultado que a pessoa consegue alcançar em poucas sessões, basicamente por ser exposta a uma série de perguntas e ferramentas que a colocam diante de si mesma. Existe até uma frase que diz “aquele que faz perguntas, não pode evitar as respostas”.
2- Faça coisas diferentes
Estude coisas diferentes. Uma das formas de se fazer o que se gosta e se conhecer melhor, é fazendo várias coisas. Estudar várias coisas diferentes também vai te levar a perceber aqueles assuntos que acha mais interessante.
3- Livre-se de qualquer tipo de julgamento e faça-se uma pergunta:
“O que eu faria se não precisasse de dinheiro?” Imagine que não houvesse nenhum tipo de restrição de nada na sua vida. O que você faria? Essa pergunta pode te conectar ao que você tem de missão na vida, pois vai te conectar ao que você gosta no nível mais profundo. A partir da resposta dessa pergunta, que pode ser a resposta aparentemente mais impossível que existe, você começa a transformar em objetivo, analisando a viabilidade e as possibilidades.
4- Escreva sempre o máximo que puder
Coloque em um papel todas essas informações e mais. Defina-se: qual o seu nome? Quantos anos? Qual a sua profissão? Você é pai ou mãe? Você é irmão/irmã? Como você se definiria?
Pergunte a três pessoas próximas a você três palavras que elas usariam para definir quem é você.
Pergunte a pessoas próximas a você: o que você me chamaria pra fazer caso precisasse de mim? O que você não me chamaria pra fazer? Assim você vai ter uma ideia da perspectiva do outro em relação a você.
Lembre-se que sempre é tempo de se reescrever. Você está descontente com a imagem que criou de si mesmo ou com a forma que os outros te enxergam? Que tal mudar? O que você quer ser?
5 – Perceba seu Ambiente:
além de se conhecer, você precisa conhecer também o ambiente onde vive. Isso inclui seu ambiente de trabalho, seu ambiente familiar e seu ambiente social. Analise como que cada um deles influencia sua vida. Como eles facilitam ou atrapalham sua forma de viver? Por exemplo: se você é uma pessoa tranquila, irá sofrer mais se tem um trabalho agitado, ou uma família ou amigos muito agitados. Da mesma forma que uma pessoa mais agitada irá sofrer se tiver que viver em ambientes muito tranquilos.
Por isso é importante conhecer a forma que seu ambiente te afeta, para saber o que você pode mudar em você mesmo para se adaptar o ambiente ou, se for o caso, como você pode mudar seu ambiente para ele se adaptar a você.
6 – Analise seus Pontos Fortes e seus Pontos Fracos:
pegue um papel e escreva nele tudo o que você já fez na vida e acha que fez muito bem, ou que você faz hoje. Esses são seus pontos fortes. Você poderia aproveitá-los de alguma forma que não vem fazendo hoje?
Depois anote tudo aquilo que você tem dificuldade de fazer hoje ou que já teve um dia e ainda não superou. Esses são seus pontos fracos.
Como eles te afetam? Como eles te atrapalham em sua vida profissional ou pessoal?
Qual deles se você superasse traria maiores resultados para sua vida hoje?
Identifique seu pior ponto fraco e trabalhe em cima dele, através do desenvolvimento pessoal.
7- Faça um teste de perfil comportamental:
testes de perfil são ótimas ferramentas e pontos de partida para o autoconhecimento, pois apresentam um retrato da pessoa.
Para fechar quero te fazer uma pergunta: Quem é Você?